Arquivo do mês: julho 2011

Entrevista no Valor: CUT quer que o governo debata antes com os trabalhadores projeto de desoneração da folha

Como já estamos dizendo desde o início deste ano – a exemplo do que fizemos em todas as ocasiões em que essa pauta vem à tona – a proposta de desoneração da folha de salários não é a panaceia para a criação de mais empregos e, além disso, vem calçada em uma série de premissas falsas, como a de que o trabalhador brasileiro custa caro.

Advertimos o governo sobre isso e, ao que tudo indica, a presidenta Dilma, ao afirmar que a proposta não entra em vigor junto com as medidas que ela vai anunciar no dia 2 de agosto, compreendeu a necessidade de conversar antes com os representantes dos trabalhadores e trabalhadoras.

Este foi um dos principais temas da entrevista que concedi ao Valor Econômico. Leia a entrevista completa clicando em entrevista_no_valor.

3 Comentários

Arquivado em Uncategorized

Força Sindical cai de vez nos braços do PSDB

Já tinha cantado essa bola aqui neste blog. Mas agora virou notícia. Segundo o jornal Valor Econômico de hoje, o senador e ex-governador mineiro Aécio Neves vai filiar 150 dirigentes da Força Sindical ao PSDB.

Em São Paulo, o também tucano Geraldo Alckmin, cuja candidatura foi apoiada por parte da Força, flerta com a central.

Leia a reportagem de hoje publicado pelo Valor clicando em aecio_forcasindical.

Relembre também o que profetizou este blog a respeito clicando aqui.

Deixe um comentário

Arquivado em Uncategorized

Dilma convoca Pelé para ser embaixador e a “melhor face” da Copa 2014. Ricardo Teixeira perde espaço?

1 comentário

Arquivado em Uncategorized

Ao contrário do que se diz, os encargos trabalhistas correspondem a 25% sobre os salários, e não 102%

O Dieese divulgou à imprensa um levantamento que comprova que os encargos trabalhistas representam apenas 25% sobre os salários pagos aos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil.

O levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) desmonta a tese, alardeada pelos empresários, que o salário de cada trabalhador custa mais que o dobro para os empregadores.

É possível que, apesar de o Dieese ter divulgado esse dado, a notícia não chegue até a maioria.

O empresariado, através de consultores e com a ajuda da grande mídia, tanto divulga a ideia de que cada trabalhador custa duas vezes o seu salário, que até mesmo os assalariados costumam repetir essa falsa informação.

Precisamos desmontá-la.

Os empresários, quando dizem que os encargos custam 102% a mais que o salário propriamente dito, fazem uma conta marota.

Eles consideram como encargo algo que, na verdade, é salário. Confira o que eles consideram como encargo, e não como salário:

– repouso salarial remunerado

– férias remuneradas

– adicional de 1/3 sobre as férias

– feriados

– 13º salário

– aviso prévio em caso de demissão sem justa causa

– multa sobre o FGTS

– parcela do auxílio-doença paga pelo empregador.

 

Ora, tudo isso é salário, pois compõe o rendimento do trabalhador, aquilo que ele põe no bolso, seja em dinheiro, seja em forma de poupança.

Quando os empresários separam uma coisa da outra, querem considerar salário só o valor da hora de trabalho. Todos esses outros itens citados acima seriam “despesa extra”, “encargo”, e que poderiam, portanto, ser eliminados.

Para o Dieese e para a CUT, devem ser considerados encargos sociais aqueles que são repassados para o governo e também para entidades empresariais (ora vejam só) como Sesi, Senai, Sesc e outros, com o objetivo inicial de financiar programas universais:

– INSS

-seguro acidentes do trabalho

– salário educação

– Incra

– Sesi ou Sesc

– Senai ou Senac

– Sebrae

 

Tais encargos, aplicados sobre o salário, representam 25,1%. Jamais 102%.

Vamos lembrar disso neste momento em que a grande pauta do empresariado é a “desoneração da folha”

9 Comentários

Arquivado em Uncategorized

Em discurso, Dilma diz que combate à miséria começou com o Lula. Nunca antes…

A Dilma contrariou os jornais que adoram dizer que ela vê em FHC a origem das mudanças recentes no Brasil e que ela não acredita no papel fundador do governo Lula.

Foi em discurso hoje, em Arapiraca, Alagoas.

Leia este trecho:

“Bom, eu estive aqui em fevereiro, e em fevereiro eu prometi que voltaria e lançaria, aqui no Nordeste, o programa Brasil sem Miséria. Nós sabemos que a miséria no Brasil sempre foi uma coisa que não constava da pauta política, era geralmente relegada a estudos de alguns poucos estudiosos, e não era considerada uma questão legítima.

A grande alteração que ocorreu no Brasil, a partir da chegada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi que, a partir daquele momento, a miséria passou a fazer parte da prioridade da política pública no Brasil. E essa prioridade, ela tem uma característica muito especial. Não é apenas uma questão ética, não é apenas uma questão moral, mas é a compreensão plena de que combater a miséria significa também levar o Brasil a se desenvolver de forma sustentável.”

1 comentário

Arquivado em Uncategorized

O Brasil tem o mais baixo encargo trabalhista entre 34 países, diz a Fiesp

Entidade patronal se atrapalha e deixa escapar: em dinheiro, o custo do trabalho no País é muito pequeno.

O Brasil tem o mais baixo valor de encargos trabalhistas entre 34 países pesquisados pelo Departamento de Estatística do Trabalho dos EUA (BLS, sigla em inglês). Em dólares, a média brasileira é de US$ 2,70 a hora, enquanto a média das outras 33 nações avaliadas é de US$ 5,80 por hora.

Essa é a conclusão mais evidente trazida por um texto publicado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” neste final de semana. Porém, essa informação, a mais clara de toda a reportagem, vinha apenas no penúltimo parágrafo.

Estranhamente, o título deste texto era “Brasil é o número 1 em encargos trabalhistas”.

Mas o texto não consegue defender a manchete, apesar do esforço.

O Estadão afirma que, segundo compilação feita pela Fiesp a partir de dados do BLS, o peso percentual dos “custos com mão de obra na indústria de transformação brasileira” é de 32,4%, contra a média de 21,4% dos demais.

Não há maiores detalhes sobre quais são esses custos, portanto não há dados amplos sobre qual a base de comparação usada pela Fiesp.

Mas, se esses números estiverem corretos, a diferença brasileira, em dólares, para os outros países, fica ainda mais espantosa. Imaginem, se a nossa carga é percentualmente maior, mas em valores monetários é tão menor, os proventos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras são muito baixos em comparação com a média dos países industrializados.

Esse fato já conhecíamos, e insistimos nessa informação há muito tempo, como forma de desconstruir o falso discurso conservador de que o trabalho no Brasil é caro e tira competitividade do País. Só que não é sempre que a própria Fiesp deixa um dado como esse à mostra.

Cabe mais reparos ao texto do Estadão. O jornal elenca como “encargos” valores que, na verdade, são complemento salarial. O FGTS, a Previdência Pública e o 13º, citados na reportagem, retornam ao trabalhador – e ao mercado – como complemento salarial, na forma de poupança. Nem de longe são encargos.

Em estudo preparado pela subseção do Dieese na CUT Nacional, tomando como base dados do mesmo Departamento de Estatística dos EUA, referentes a 2008, a diferença do custo de mão de obra é ainda mais gritante. Enquanto na Alemanha é de U$36,07 a hora e nos Estados Unidos de US$ 25, 65, no Brasil a mão de obra/hora é de US$ 6,93 – o recorte do Dieese não mistura alhos com bugalhos e concentra-se na questão salário, daí a diferença e, também, uma chave para compreender a própria contradição dos números divulgados pela Fiesp.

A conjunção desses fatores e dados só reforça a impressão de que os salários no Brasil ainda são baixos. Por serem reduzidos, acabam por exigir complementos como o FGTS e o 13º e, ainda assim, a média em dólar perde de longe para os países que a Fiesp usa como referência.

E tudo a despeito de o real estar sobrevalorizado. Nem assim o valor do trabalho no Brasil chega a se aproximar da média internacional segundo o olhar BLS/Fiesp.

Sem esquecer de um dado fundamental, que precisa ser alardeado até que a elite econômica se convença de que há muito por fazer neste País e que não é retirando do trabalhador que chegaremos no ponto que queremos e desejamos: o índice GINI, usado para medir a concentração de renda, no Brasil atinge 0,56, perdendo apenas para Haiti, Bolívia e Tailândia num grupo de 14 países pesquisados. O GINI, utilizado pela ONU, é tão mais representativo de concentração de renda quanto mais próximo de um.

Se a Fiesp quer cortar custos de seus associados botando o trabalhador como réu, enfrentará novamente nossa resistência.

15 Comentários

Arquivado em Uncategorized

Assista entrevista sobre os desafios sindicais no programa “Seu Jornal”, da TVT

http://tvt.vflow.tv/api/iframe/?width=480&height=375&idContent=5847.

Deixe um comentário

Arquivado em Uncategorized

Aumento real de salário distribui renda. Não causa inflação. Trabalhadores da Eletrobrás fazem paralisação para mostrar isso ao governo

Amanhã, quinta-feira, continua a paralisação dos trabalhadores do sistema Eletrobrás. O governo Dilma não quer dar aumento real de salários. Greve por tempo indeterminado pode ser inciada em agosto.

Leia mais na página da CUT clicando aqui.

Deixe um comentário

Arquivado em Uncategorized

Privatização dos aeroportos: temos de aprender com os erros passados (e com os bueiros que voam)

Este foi um dos alertas que fiz ao ministro Wagner Bittencourt, da Secretaria da Aviação Civil (SAC), na primeira conversa que tivemos – no mês passado – para discutir as concessões nos aeroportos de São Paulo, Campinas e Brasília.

O ministro tentou defender a proposta do governo falando do suposto “êxito” das privatizações nos setores elétrico e de telefonia.

O ministro não sabia, mas eu acompanhei cada passo do processo de privatização do setor elétrico e fui um dos que tentou alertar os gestores públicos da época (FHC e secretários, ministros e técnicos) sobre os riscos que o País corria ao entregar uma área tão estratégica nas mãos da iniciativa privada. E para piorar ainda mais a situação, com um contrato recheado de benesses.  Surdo para as questões sociais, o ex-presidente FHC e seus técnicos, não só ignoraram os alertas como garantiram lucro, na forma de reajuste tarifário e nada falaram sobre manutenção e investimentos. É o que chamamos de investimentos sem riscos e, ainda por cima, financiados pelos BNDES.

E as notícias recentes de bueiros das Light explodindo no Rio e um tucano punindo uma privatizada em São Paulo, só reforçam a certeza de que nós, do movimento sindical, estávamos e estamos com a razão quando defendemos a construção de contratos com regras claras e limites.

Li nos jornais de hoje que o relatório sigiloso que embasou a multa recorde de R$ 26 milhões à Eletropaulo, privatizada pelos tucanos nos anos 90, lista sete motivos, entre eles não ressarcimento a empresas e cidadãos prejudicados por apagões, obstrução da fiscalização e falhas generalizadas de manutenção.

 

A ironia é que a Eletropaulo foi punida por outro tucano – o governador Alckmin, depois que este recebeu uma enxurrada de queixas de paulistanos cansados de ficar no escuro. Em 2009 e 2010, famílias da capital paulista chegaram a ficar três dias no escruto devido aos blecautes de junho. Por conta disto, nesta quarta-feira, o presidente da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Nelson Hubner, discutirá em São Paulo o aumento na fiscalização, atualmente restrita a 16 funcionários.

Reafirmo o que disse ao ministro da SAC, temos de aprender com os erros. A CUT não é contra os investimentos do capital, estrangeiro ou nacional, na ampliação e modernização dos nossos aeroportos. A nossa preocupação é com relação ao controle do Estado, da administração, da segurança dos aeroportos. O controle acionário tem de estar nas mãos da Infraero.

A CUT e o SINA têm propostas alternativas ao modelo de concessão que está no forno da SAC. Temos de ter garantias de que não haverá perda de direitos adquiridos dos aeroportuários, demissões em massa e ampliação da terceirização, que podem trazer conseqüências desastrosas para a prestação dos serviços à população, como ocorreu no setor de energia e também no de telefonia, que estão sempre nas primeiras colocações dos rankings de reclamações dos serviços de defesa dos consumidores. E tão importante quanto isso, o Estado tem de ter o controle sobre os reajustes de tarifas. Não podemos deixar isso nas mãos dos empresários. O que eles querem mesmo, todos sabem, é aumentar os lucros, transformar os espaços dos nossos aeroportos em imensos shopping centers para a classe A, cobrando tarifas abusivas para mandar de volta a chamada “nova classe média” para as rodoviárias.

Não vamos permitir que o governo abra mão do controle do Estado sobre os aeroportos. Queremos construir um modelo de concessão com garantias para a sociedade (sem aumentos abusivos de tarifas de embarque e outras, por exemplo) e, principalmente para os aeroportuários.

Por pressão da CUT e do SINA, a presidenta Dilma abriu negociações conosco para rediscutir o projeto.

Foi uma boa decisão da presidenta. E as noticias que lemos todos os dias nos jornais confirmam que nossa central estava certa quando foi às ruas lutar contra este modelo de privatização dos aeroportos que está no forno da SAC.

4 Comentários

Arquivado em Uncategorized

Contas públicas no Estado de São Paulo: porque as investigações e a mídia poupam o governo Alckmin?

Uma resposta para essa pergunta acima vem do blog TransparênciaSP: o ministério público estadual centra fogo em denúncias contra prefeituras do PT e faz desaparecer investigações sobre escândalos que envolvem o tucanato porque o PSDB sabe que a disputa em 2012 e 2014 será dura, e com novos personagens.

A trinca governo-MPE-mídia esconde investigações como a da máfia das merendas, que envolve gente muito próxima do governador.

Leia o texto do TransparênciaSP

Deixe um comentário

Arquivado em Uncategorized